Marina era a candidata que tinha a história de Lula e a elegância de FHC. Ironicamente, era ela a opção de mudança nessas eleições. Sem Marina, fiquei órfão de candidato.
O PT já não é mais o PT. Que fique com Zé Dirceu, com o apoio de Sarney, Calheiros e Collor. Não com meu voto!
O PSDB que também faça bom proveito do seu sócio conservador, o DEM. Aliás, o DEM que já foi PFL e me fez lembrar uma sugestão deles para as eleições de 2002: Silvio Santos para presidente. Na época, mereceu uma crônica minha. E na falta de um candidato que me empolgue e de uma disposição para escrever algo novo, segue abaixo a crônica escrita em 2002.
Mas será possível?
E se Sílvio Santos viesse mesmo aí, como sugeriu o PFL? Posso até imaginar. No dia da posse, Gugu - que, naturalmente, seria o vice - iria chorar ao ouvir, ao invés do hino nacional, o jingle "O Sílvio Santos é coisa nossa", na voz do Supla.
Ainda na cerimônia, Sílvio Santos perceberia a necessidade de um bordão para falar com o povo. O Getúlio tinha o "trabalhadores do Brasil". O Collor tinha o "minha gente". O Sarney, o "brasileiros e brasileiras". Ele precisava de um. Não teria dificuldades. Ao receber a faixa e se dirigir ao público falaria, sorrindo, com a habitual simpatia: "Meus colegas de trabalho ...". O Gugu choraria de novo.
Logo depois, o porta-voz da presidência, o Lombardi, anunciaria a nova equipe do patrão com o Ratinho no Ministério da Justiça, a Hebe Camargo no da Comunicação e o Alexandre Frota no da Cultura. Ainda não havia um nome para o líder do Governo no Congresso, mas tudo estaria indicando que devia ser o Roque.
Com o novo Governo, Sílvio Santos prometeria uma nova fase na política brasileira. Ia acabar de uma vez com esta história de topa tudo por dinheiro e criaria o programa Domingo no Planalto, onde iria apresentar planos revolucionários para o país. Entre eles, o Imposto da Felicidade. Quem pagasse todos seus carnês de impostos, rigorosamente em dia, concorreria a carros zerinho quilometro, a casas próprias e a tênis Montreal.
Um outro plano de Sílvio Santos ia ser o Novo Show do Milhão. Seria oferecido R$ 1 milhão de reais em barras de ouro para quem conseguisse responder como baixar a taxa de juros sem perder investimentos externos.
Aliás, decepcionado com os universitários do seu Show de Milhão tradicional, Sílvio promoveria uma total reforma nas universidades públicas, triplicando, assim, o número de vagas para novos alunos. Este plano seria batizado como Show de Calouros.
Para o comércio exterior, o novo governo negociaria a formação de um mercado comum com o México para a importação e exportação de novelas e seriados sem taxação alguma de impostos. A apresentação da primeira teledramaturgia mexicana livre de impostos seria na Praça dos Três Poderes. No final do episódio, Gugu choraria.
Pensando bem, se o ex-camelô e, atual dono de emissora de televisão administrasse o país assim como administra suas empresas, seu governo teria recorde de audiência. Mas Sílvio Santos presidente? Eu só acredito... Vendo.
***
Em tempo: Se o Sílvio Santos tivesse sido mesmo presidente, o vice, Gugu, já teria mudado de partido. Ninguém iria chorar. Afinal, não correríamos o risco de ele ser a Dilma do Sílvio.
Duvida que o Homem do Baú teria recordes de votos?Uma comédia, Silvio Santos no comando do Brasil.
ResponderExcluirBoa reflexão!
Gostei do texto.
Meu caro Vartan, realmente me impressiona a capacidade que tens de escrever e transcrever. Tu fostes brilhante em 2002 com esse texto e não menos brilhante hoje quando anuncia a sua desilução de uma forma tão inteligente e sagaz.
ResponderExcluirVotaria em ti para aguçar a cidadania deste povo...e para a ABL também.
Seu amigo e fiel leitor, Lívio Bittencourt
Nossa!!! Vc escreve bem há bastante tempo hein...Sorte nossa....O texto atual é muito inteligente e o do Silvio Santos arrasou.
ResponderExcluirBjs e parabéns...Mary
Adorei a Crônica ! Sagaz e acida ! Vc cada dia melhor ! Parabéns Beijos
ResponderExcluirAndressa
É, realmente, os teus quatro leitores/comentaristas inflam o teu ego... Você gosta, risos... Enfim, resolvi me juntar à trupe.
ResponderExcluirO Gugu, figura chave no texto, passou para o lado B, levando em consideração que o SBT é o lado C da coisa. O SBT sem o Gugu não é o mesmo assim como o PT sem o Dirceu também não. No final das contas, nestes últimos 4 anos, todos pioraram.
Pobre Brasil, entre o ideal bolchevique e o Baú da felicidade...
CJ(um dos fundadores do O TIGRÃO)
Pois é... São tantos leitores/comentaristas, que eu posso fazer agradecimentos personalizados.
ResponderExcluirValeu, Letícia, Lívio, Mary,
Andressa e agora, CJ, um dos fundadores daquele que foi o maior jornal universitário do Brasil. Todo feito em papel A3.
Valeu, pessoal
VARTAN,
ResponderExcluirCOMO VC, A MINHA ESPERANÇA ERA A MARINA, MAS QUEM SABE O SÍLVIO NÃO ABRIRIA A PORTA DA ESPERANÇA PARA NÓS?RSS...NÃO, ACHO QUE NÃO FOI BOA ESSA, HEIN!!RSS...COMO SEMPRE, ÓTIMA CRÔNICA! PARABÉNS!
BJOD A AMIGA,
ROSANA.