Lula é um homem de ideias originais, como a de, por exemplo, copiar a política econômica do governo anterior. Mas essa de propor uma partida de futebol entre a Seleção Brasileira e um Combinado Israel/Palestina, nosso presidente fez sem pensar (Só dessa vez!). Acho que ele não imagina o risco que é este jogo diplomático.
Já que ele não imagina, imaginemos nós.
Tudo começaria pela escolha do técnico do Combinado. Seria Judeu ou palestino? Depois de muita discussão, chegariam a um acordo: não haveria um técnico, mas sim uma comissão técnica internacional, supervisionada pela ONU.
A convocação do Selecionado Israel/Palestina seria outra grande negociação. Negociação mesmo. Como o jogo despertaria a atenção mundial, uma grande empresa de Nova Iorque patrocinaria o evento, mas sob uma condição: o Combinado teria que ser formado por 6 judeus e 5 palestinos.
Os palestinos, é claro, protestariam. Alguns seriam radicais e acusariam os EUA de querer, aos poucos, expulsar o seu povo do Combinado e transformar o time apenas na Seleção de Israel.
Mas Lula é o cara. Ele resolve o problema de forma simples. As seleções iam entrar em campo com apenas 10 jogadores. Para convencer Dunga foi fácil: “É só tirar o Gilberto Silva que ninguém vai notar”. Difícil foi fazer o presidente da empresa americana, que tinha um grande número de acionistas judeus, desistir da ideia de jogar com 6 israelenses e 4 palestinos. Foi preciso a apresentação de um slide do pessoal do marketing, informando que a medida poderia manchar a imagem da empresa. 5 palestinos e 5 judeus seriam algo mais rentável. Afinal, é preciso atingir também o mercado palestino. Qual judeu quer perder negócio?
Outras confusões menores aconteceriam, mas seriam, facilmente, contornáveis. Como a oração que os jogadores fazem antes de entrar em campo. Lula persuadiria divinamente os atletas do Combinado a conversarem com Alá ou Jeová em particular. É mais íntimo.
A imprensa também receberia recomendações da ONU para evitar certas expressões. O locutor Sílvio Luiz teria sua frase “Pelas barbas do profeta” censurada. Já o narrador que dissesse “Olha a bomba”, no momento de um chute, no fim do jogo, teria que explicar melhor o que realmente viu naquele exato momento.
Entre as duas seleções, o único problema seria na hora do cara e coroa. O Brasil ganha na moeda, mas os palestinos querem jogar no lado do campo que aponta para a direção de Meca. Como Dunga não tem o costume de ser agradável, o Brasil se nega a mudar de lado. Até que surge um cartola brasileiro. Ele conversa com o adversário, sai com a moeda do cara e coroa no bolso e com a ordem para o Brasil jogar do outro lado.
No jogo, surge a maior de todas as questões. Os jogadores israelenses afirmam que a grande área é um território sagrado dos judeus e não deixam os palestinos entrarem. Argumentam que há, inclusive, indícios de que alguns dos jogadores palestinos (não todos!) teriam o interesse de fazer gol contra, apenas para prejudicar a defesa que é toda formada por israelenses. O ataque é de palestinos. Bem, essa era a escalação no papel, porque neste jogo ninguém nunca soube dizer, de verdade, quem ataca e quem defende.
Enquanto a comissão técnica internacional se reunia para decidir como resolver aquele impasse da grande área, Adriano seguia fazendo gols e, nas comemorações, homenageava a Vila Cruzeiro.
No fim partida, de um lado, o patrocinador vibrava com a alta das ações da empresa, após o evento. Do outro, palestinos e israelenses trocavam acusações pela derrota. Para por fim àquele mal-estar, Lula conversou com o artilheiro brasileiro e teve outra ideia: um churrasquinho na laje do Adriano, lá na Vila Cruzeiro, para confraternização. Lula só iria buscar a Dilma para apresentá-la aos moradores como mentora do PAC (Pela Animação do Churrasco).
E assim, quando desse um intervalinho no pagode, judeus e palestinos iriam olhar a favela carioca e se perguntar: o que é pior? Quando a terra é de ninguém ou quando a terra é de todo mundo?
Já que ele não imagina, imaginemos nós.
Tudo começaria pela escolha do técnico do Combinado. Seria Judeu ou palestino? Depois de muita discussão, chegariam a um acordo: não haveria um técnico, mas sim uma comissão técnica internacional, supervisionada pela ONU.
A convocação do Selecionado Israel/Palestina seria outra grande negociação. Negociação mesmo. Como o jogo despertaria a atenção mundial, uma grande empresa de Nova Iorque patrocinaria o evento, mas sob uma condição: o Combinado teria que ser formado por 6 judeus e 5 palestinos.
Os palestinos, é claro, protestariam. Alguns seriam radicais e acusariam os EUA de querer, aos poucos, expulsar o seu povo do Combinado e transformar o time apenas na Seleção de Israel.
Mas Lula é o cara. Ele resolve o problema de forma simples. As seleções iam entrar em campo com apenas 10 jogadores. Para convencer Dunga foi fácil: “É só tirar o Gilberto Silva que ninguém vai notar”. Difícil foi fazer o presidente da empresa americana, que tinha um grande número de acionistas judeus, desistir da ideia de jogar com 6 israelenses e 4 palestinos. Foi preciso a apresentação de um slide do pessoal do marketing, informando que a medida poderia manchar a imagem da empresa. 5 palestinos e 5 judeus seriam algo mais rentável. Afinal, é preciso atingir também o mercado palestino. Qual judeu quer perder negócio?
Outras confusões menores aconteceriam, mas seriam, facilmente, contornáveis. Como a oração que os jogadores fazem antes de entrar em campo. Lula persuadiria divinamente os atletas do Combinado a conversarem com Alá ou Jeová em particular. É mais íntimo.
A imprensa também receberia recomendações da ONU para evitar certas expressões. O locutor Sílvio Luiz teria sua frase “Pelas barbas do profeta” censurada. Já o narrador que dissesse “Olha a bomba”, no momento de um chute, no fim do jogo, teria que explicar melhor o que realmente viu naquele exato momento.
Entre as duas seleções, o único problema seria na hora do cara e coroa. O Brasil ganha na moeda, mas os palestinos querem jogar no lado do campo que aponta para a direção de Meca. Como Dunga não tem o costume de ser agradável, o Brasil se nega a mudar de lado. Até que surge um cartola brasileiro. Ele conversa com o adversário, sai com a moeda do cara e coroa no bolso e com a ordem para o Brasil jogar do outro lado.
No jogo, surge a maior de todas as questões. Os jogadores israelenses afirmam que a grande área é um território sagrado dos judeus e não deixam os palestinos entrarem. Argumentam que há, inclusive, indícios de que alguns dos jogadores palestinos (não todos!) teriam o interesse de fazer gol contra, apenas para prejudicar a defesa que é toda formada por israelenses. O ataque é de palestinos. Bem, essa era a escalação no papel, porque neste jogo ninguém nunca soube dizer, de verdade, quem ataca e quem defende.
Enquanto a comissão técnica internacional se reunia para decidir como resolver aquele impasse da grande área, Adriano seguia fazendo gols e, nas comemorações, homenageava a Vila Cruzeiro.
No fim partida, de um lado, o patrocinador vibrava com a alta das ações da empresa, após o evento. Do outro, palestinos e israelenses trocavam acusações pela derrota. Para por fim àquele mal-estar, Lula conversou com o artilheiro brasileiro e teve outra ideia: um churrasquinho na laje do Adriano, lá na Vila Cruzeiro, para confraternização. Lula só iria buscar a Dilma para apresentá-la aos moradores como mentora do PAC (Pela Animação do Churrasco).
E assim, quando desse um intervalinho no pagode, judeus e palestinos iriam olhar a favela carioca e se perguntar: o que é pior? Quando a terra é de ninguém ou quando a terra é de todo mundo?