quarta-feira, 6 de junho de 2012

Os exageros do Gaúcho



A vida de Ronaldinho Gaúcho é um verdadeiro exagero. A começar pelos dentes. Mas nem sempre estes excessos estão tão na cara assim. Em 2005, 2006, ele chegou a ser comparado a Pelé. Só depois descobrimos que a admiração era exagerada. E agora, acho eu, estamos exagerando na sua execração.

“Ronaldinho chegou de ressaca ao treino. Tinha que ser mandado embora por justa causa!”.

Quem já não foi ou (se não quiser se comprometer) tem um amigo que foi trabalhar de ressaca na segunda-feira?

“Ah, ele é atleta. Depende do corpo.”

O ser humano ou trabalha com o corpo ou com a mente. E uma coisa é certa: dos dois modos, a ressaca atrapalha. A única coisa que sua cabeça consegue pensar é que você nunca mais vai beber. Um pensamento tão errôneo que só dura até a sexta-feira.

E então, para não exagerar: cartãozinho amarelo para o Ronaldinho, para os torcedores hipócritas e para o meu amigo que chegou de ressaca. Pra mim, não! Eu não vou admitir nunca!

Mas o moralista não se dá por vencido.

“E o vídeo dele com uma mulher na concentração, hein, hein?”

Meu amigo, o Ronaldinho é um padre? Ele faltou ao treino para ficar com a mulher? Se ponha no lugar do Ronaldinho, ou melhor, com a cara do Ronaldinho. Sua única chance de ter uma daquelas mulheres lindas de Florianópolis é agora! Você recusaria?

Ora, não acho o Ronaldinho um exemplo. Mas ninguém é profissional no futebol. Seu chefe fica te vigiando para saber se você vai beber no fim de semana e chegar cansado na segunda? Seu chefe exige que você não faça sexo a noite inteira, porque no dia seguinte tem aquele projeto importante para finalizar? As responsabilidades são suas. Se você não rende na segunda e não termina o projeto, tem todas as chances de ganhar um cartão vermelho. Sem exagero!

E o resumo profissional é esse: Ronaldinho vinha jogando mal, o Flamengo não teve peito para dar o cartão vermelho, e o Atlético MG teve peito para dar o cartão verde.

Aliás, não vejo o motivo de tanta surpresa de ele ir parar em BH. Nos últimos tempos, o Atlético se especializou em contratar profissionais em declínio na carreira. Só que desta vez, acho que o Galo exagerou!