segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ditos populares - um desabafo

Quero saber quem deu aos ditos populares o poder de sentença final. Com eles, ninguém precisa mais se dar ao trabalho interpretar um fato, argumentar e contrapor de forma razoável. Basta dizer uma dessas frases feitas e... Pronto: questão resolvida.

Marido: “Amor, por que está chateada comigo?”
Esposa: “Para bom entendedor, meia palavra basta”

Resultado: ela venceu a discussão e você vai se sentir culpado até a menstruação dela descer.

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Para reforçar a tese, alguns creditam a frase à memória de alguém:

Neto saudoso: “Como dizia meu falecido avô: ‘cão que ladra não morde’”.

Como se apenas o avô dele falasse isso. Dessa situação, tiro duas conclusões. Esse senhor passou a vida inteira sem ser mordido por um cachorro e sem saber o que estava dizendo. Eu já foi mordido três vezes e garanto: os cachorros latem antes de morder. É verdade.

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Em Brasília, essas frases se proliferam tanto quanto funcionário no Senado. Quando tudo parece contra seus atos, sejam eles secretos ou escancarados, os políticos se defendem como se os ditos fizessem parte da constituição.

Senador cara-de-pau: “As aparências enganam”

Depois, ao pedir que se esclareça o nosso suposto engano, vem o arremate:

O mesmo senador cara-de-pau: “A fala é de prata e o silêncio é de ouro”

E como eles gostam de ouro, vocês imaginem o tamanho do silêncio.

Dizem que a última frase que se escutou por lá foi a resposta de José Sarney sobre a contratação do namorado da neta:

- A família é a base da sociedade.

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Na verdade, eu só queria olhar para a posição do Fluminense na tabela do campeonato e acreditar em apenas um desses ditos populares. “Os últimos serão os primeiros”. Mas tá difícil.

4 comentários:

  1. Rarara!

    Arrebentou a boca do balão!

    Fica o ditado para o seu time:

    "Mais vale um técnico na mão do que dois voando!

    Abraços,
    Dodô

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  2. Muito bom, claro e razoável!

    Eu também sou tricolor, já fui mais firme, hoje, já não tenho tantas certezas assim, será que vou “virar a casaca”?

    Um abraço e parabéns pelo blog!

    Elis Barbosa

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  3. É meu amigo, esse artigo me leva a uma conclusão:
    "Nem tudo é o que parece ser."

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  4. Pois é, Marcos, mas onde há fumaça, há fogo, não? rs

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