segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Quadrilha

Para dar um pouco de estética à temporada feia em que estamos passando, segue um momento poético.

Senhoras e senhores, com vocês uma releitura do poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade:

Calheiros abandonou Collor,
Que maldizia Sarney,
Que nunca foi companheiro de Lula.
Que perseguia os 300 picaretas,
Que adoravam messalinas* e mensalões,
Que eram bancados pelo governo,
Que tinham campanhas financiadas pelos banqueiros,
Que amavam a política econômica do PSDB,
Que era exorcizada pelo PT

*
*
*

20 anos depois:


O PT imitou a política econômica do PSDB,
E agora é amado pelos banqueiros,
Que financiam campanhas para o governo
Que bancam messalinas e mensalões,
Que são adorados pelos 300 picaretas,
Que são protegidos por Lula,
Que é companheiro de Sarney,
Que tem o apoio de Collor,
Que recebe a ajuda de Calheiros


A única coisa que consigo entender desse poema é o título: Quadrilha.

***

Nota: De acordo com minhas profundas pesquisas (leia-se: Wikipedia), Valéria Messalina, mulher que deu origem a expressão, era filha de um aristocrata chamado Marco Valério. Nunca foi tão fácil ligar o nome à pessoa.

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