quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

“São os motivos mais bestas que causam as grandes tragédias.” MELIKIAN, VARTAN in blogspot mesmo , 2019.

Sendo sincero, não sei se frase é verdadeira. Mas como vai cair como uma luva na minha crônica, vou manter a sentença. Tudo pelo texto.

A semana começou ainda com a briga pelo setor Sul do Maracanã. Uma questão de honra que quase termina em tragédia fora do estádio e que terminou catástrofe dentro no campo. O Fluminense perder mais uma vez para o Vasco e com gol sem querer, pra mim, é catástrofe sim.

Ontem, outro exemplo. Agora comigo. Atravessando distraído a ciclovia, quase sou atropelado. No susto, soltei um palavrão. Levanto a mão pra desculpar minha distração, mas nem deu tempo. O ciclista furioso me xinga. Aí, mexeu com minha honra. Fiz a mesma cara de mau que faço pra meu filho quando ele não almoça direito. Não deu certo, ele parou e me encarou. Nesse momento, me senti defendendo o lado Sul do Maracanã. Finquei ali na ciclovia. Ele também não gostou e veio à minha direção. Já comecei a me alongar para a briga no próximo parágrafo.
- Você é valente? Diz aí...
Ia responder meio que zeca pagodeiramente: “Não sou valente, mas não também peço arrego”.
- Não sou valente não, mas... – mas engoli seco o resto da frase. Ele era amigo do Godzilla. O mostro veio também. Vestia uma camisa colada do UFC e uma mochila de Jiu Jitsu. Olhava pra mim como se fosse me mastigar.   
Já imaginei meu óbito com o Godzilla segurando minhas pernas e me batendo de um lado para o outro no chão.
Só um detalhe: também tenho amigos. Não ia apanhar sozinho. Mas Rodrigo Viannini é um sábio. Também... Já foi tudo na vida: fisioterapeuta, jogador de futebol, engenheiro em Dubai, pescador em Búzios, serviçal do narcotráfico, pastor evangélico, astrofísico e deputado pelo Acre. Parece que agora virou juiz de paz.
- Rapaz, meu amigo te pediu desculpa e você xingou ele por quê? – disse calmamente.
- Meu Deus, ele me pediu desculpas!? Então eu que me desculpo aqui. Foi mal, estou com a cabeça quente, cara...
Apertei as mãos dos dois (ou eu estou com artrose nos dedos ou o Godzilla ainda guardava uma certa mágoa quando me cumprimentou). O que importa é que o ciclista estava sorridente, eu aliviado.
Aprendi a lição do título. Então, nem vou rebater os áudios do Rodrigo pelo What’sApp me dando mais esporro do que o Bolsonaro no Bebianno.
  

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