sexta-feira, 26 de maio de 2017

A malemolência do futebol brasileiro


Com o itinerário militar, quartel-Brasília-quartel, darei meia volta volver nos meus temas. Passarei a falar mais sobre futebol. Sou um ser prudente.

Contundido por uma bolada de papel,
Serra foi vetado para a partida. Mas
apareceu para dar o pontapé inicial
Imaginei uma grande partida no Maracanã, que como todos sabem é da Odebrecht (e de um pouquinho do Eike também).

O homem de preto é Gilmar Mendes. É um juiz lento, burocrático, mas parceirão dos jogadores. De alguns, mais ainda. Ele apita o início da partida. O ensaboado Aécio divide uma bola e “FALTA!!” para o Aécio. A torcida vibra:

 - AHHH - É C-I-O. 

Ele novamente recebe a bola e... Tropeça sozinho. “FALTA!!”.

 Aécio espirra. “FALTA!!”.

Uma espécie de Eurico Miranda genérico, o cartola Jairzinho Bolsonaro não se aguenta. Invade o campo. Xinga o juiz. A mãe do juiz. Fala que futebol não é jogo pra mulherzinha. Se não quebrar ou torturar o adversário, “NÃO-É-FALTA!”.  

- Juiz ladrão tem que ser fuzilado!

A violenta torcida organizada aplaude e grita "Uh! Vai Morrer”.

Dilmão pedala mal e perde o gol.
Enquanto isso, um jogador de origem humilde, língua presa e linguagem popular (queria estar falando do Romário, mas o nome dele é Lula mesmo), avança pela esquerda. Na verdade, pela direita também, dependendo do ângulo. Ah, enfim, avança pelo centro, vai. Ele faz umas firulas e entrega a bola para a centroavante Dilmão, que pedala na frente do goleiro e...  Fuuuura a bola.

Jogada tão ruim que o bandeirinha Dudu Cunha marca impedimento pelo conjunto da obra.

O técnico Temer resolve ousar. Aqui cabe uma explicação: Temer é o típico técnico de futebol. Tem esquemas com empresários pra escalar jogador, monta mal o time, fala bonito nas entrevistas, mas só faz merda. E dessa vez, ele quis dar um golpe de mestre. Resolveu que ele mesmo seria o substituto de Dilmão no ataque. 

No camarote vip, uma bela e recatada torcedora grita sozinha:

- Lindo, tesão bonito, gostosão!

Um minuto de silêncio constrangedor no Maracanã.

Temer enrolar-se-ia sozinho com suas pernas. E o gandula Rodrigo Maia tentava colocar o mais rápido possível pra jogo todas as bolas fora de Temer. No fim, já estava com aquela cara de choro de tão casando. Coitado.

Aécio pode ser julgado por fugir do antidoping.
O jogo vira uma zona. Perdendo mais uma vez, Aécio abandona a partida no meio, sem fazer sequer o antidoping. Saiu vaiado até pela Janaína, chefe da sua torcida. A arquibancada inteira briga. Um bandeirão vermelho é queimado, uma camisa da CBF novinha é rasgada. Um pecado (custa caro pra cacete). Sanduíches de mortadela são arremessados. Panelas voam e somem no ar. 
    
Mas o que importa é que a bilheteria é um enorme sucesso. Ingresso caro e muito fanatismo trazem renda recorde pra o Maracanã da Odebrecht e de um pouquinho do Eike também. Fato exaltado com muita vibração pela grande mídia:

- É rrrrrecorde!!!! É rrrrecorde!

E assim a transmissão se encerra com a narração do rei do microfone, ele, Joesley Batista.




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